NOSSA
HISTÓRIA
QUILOMBAÇÃO é a recuperação do projeto da quilombagem, recolocar o negro e a negra como os sujeitos principais da práxis política de transformação da sociedade brasileira. O professor Clóvis Mouras se debruçou sobre o estudo das relações étnico-raciais, e afirma que as rebeliões da senzala apontavam para um projeto político de transformação radical da sociedade brasileira. A este movimento, ele chamou de “quilombagem” que nada mais é que a práxis política dos sujeitos colocados na base das opressões: os africanos e afrodescendentes escravizados. Para colocar em prática a quilombagem, foi fundada a Rede Antirracista Quilombação. A Rede foi fundada em 14 de dezembro de 2013 no evento: Encontro Clóvis Moura de ativistas contra o genocídio da população negra, em homenagem ao intelectual, 10 anos após sua morte.
A principal bandeira de luta da rede é denunciar que “A democracia não chegou na periferia”. Os ativistas da rede estão localizados em várias partes do Brasil e do mundo, desde São Paulo, Salvador, Pelotas, Porto Alegre, no Brasil; La Paz, na Bolívia; Bogotá, na Colômbia, Austin, nos EUA; até Helsinque, na Finlândia; pautando suas ações pela luta contra o capitalismo e o neoliberalismo, contra o extermínio programado da juventude negra e contra o machismo e a LGBTfobia.
Durante os seis anos de atuação da Quilombação foram realizadas várias ações nas quais destacamos: Seminário Quilombação: realizado todos os anos no mês de dezembro, celebra o aniversário da rede, com uma análise de conjuntura política e mesas de diálogo entre representantes de organizações do movimento negro, intelectuais e lideranças políticas. O resultado do seminário é documentado em um manifesto. Ao todo foram realizadas seis edições do Seminário.
A partir de 2018 passamos a realizar a premiação Beatriz Nascimento/Clóvis Moura, em homenagem a organizações, profissionais e lideranças que se destacam na luta antirracista. Rodas de Conversa: desde o início das nossas atividades, dialogamos com a comunidade, em diversos territórios, tanto centrais, quanto periféricos, nas diversas regiões da cidade de São Paulo. Tais como: Jardim Brasil, na Zona Norte; Cidade Tiradentes, na Zona Leste; Heliópolis, Zona Sul; São Remo, Zona Oeste, Funarte, no Centro. Debates, discussôes e diálogos sobre a conjuntura política foram organizados em parceria com diversas organizações e instituições, como Círculo Palmarino, Celacc/ECA/USP, Núcleo de Consciência Negra da USP, Sindicato dos Bancários de SP, APEOESP, Conselho Regional de Psicologia, Fórum Social Mundial, Escolas públicas, União das Escolas de Samba Paulistanas, Uneafro, Sindicato dos Advogados, Unegro, Projeto Alavanca, Fórum Nacional de Mulheres Negras, Marcha das Mulheres Negras de SP, Convergência Negra, Coalizão Negra, CUFA, Nova Frente Negra Brasileira, Frente Favela Brasil, Rede Contra o Genocídio, Rede de Mães da Zona Leste, Defensoria Pública de SP, Ministério Público de SP, entre outros.
Também publicamos livros através dos integrantes da Rede participaram da produção de diversas obras, como a re-edição do livro Dialética Radical do Brasil Negro, de Clóvis Moura (2014); A luta contra o racismo no Brasil (2017); Jornalismo e Emancipação (2017); As interfaces do Genocídio no Brasil (2018), A articulação do Feminismo Negro na América Latina e Caribe, capítulo do livro Ensaios sobre racismos (2019); Negras Lideranças (2019).
Dos eventos internacionais que participamos, são eles: Fórum Social Mundial em Porto Alegre (2016) e em Salvador (2018), Encontro para “Economia de Francisco”, na PUC de SP (2019); Foro da Red de Mujeres Afrolatinoamericanas, Afrocaribeñas y de la Diáspora, na Colômbia (2018).
Estamos presentes em territórios periféricos com lideranças comunitárias e através de instituições públicas, privadas, organizações da sociedade civil, movimentos sociais, coletivos culturais e pessoas públicas. Nossa atuação principal está voltada para a realidade de jovens negros e mulheres negras, principais vítimas de violência do Estado. Realizamos atividades de formação política, atendimento psicológico para mães, organização de manifestos, construções de diálogos via poder público sobre violações de direitos humanos e reivindicações de direitos sociais, denúncias, produção de artigos, reportagens e entrevistas via imprensa alternativa e hegemônica.
Desde 2014, a Rede Quilombação atua com organizações de mulheres negras, compôs o Núcleo impulsor de SP para a Marcha Nacional de Mulheres Negras, realizada em Brasília (2015). E a partir de 2016 essa articulação se manteve e tornou-se a Marcha das Mulheres Negras de SP (MMNSP), realizando anualmente a Marcha do 25 de julho. Essas articulações fizeram com que a rede estivesse atenta às demandas e reivindicações das mulheres negras do estado de SP, e em outras regiões do Brasil. As mulheres negras periféricas, atuantes em suas comunidades, trabalhadoras domésticas, lideranças locais também são foco de nossa ações, construções, articulações e formações. Tais como: o Projeto Narrativas de Liberdade - formação política para mulhtornaeres negras - promovido pela MMNSP e Fundação Rosa Luxemburgo e o Projeto Aquilombar, também uma iniciativa da MMNSP em parceria com o Fundo Baobá.
Com a Rede Contra o Genocídio estamos desde a sua fundação na construção do Seminário Internacional Juvenicidio xxxx que aconteceu no auditório, xxxxxxxxx, na Universidade São Francisco, em xxxx de 2017. De lá para cá alguns dos nossos menbros se tornaram articuladores sociais para atuarem nos territórios periféricos, articulada com as mídias para denunciar vários tipos de violação de direitos nas periferias realizados pela polícia militar, civil e guardas municipais, visando pressionar órgãos de controle como Ministério Público, Ouvidoria da Polícia e Defensoria Pública, além de conscientizar a sociedade Civil. Entre as ações realizadas com a comunidade são feitas reuniões periódicas, rodas de conversa, seminários, formação de lideranças, audiências públicas, atos de manifestação, protestos e abaixo-assinados. No Movimento das Mães da Zona Leste realizamos, desde 2018, rodas de conversa e atendimento psicológico para as mães enlutadas, que tiveram seus filhos assassinados pela violência policial e encaminhamento para a Defensoria Pública de SP. Os objetivos dessas ações são: o acolhimento e tratamento psicoterapêutico, e também dar suporte para que elas reivindiquem seus direitos processando o Estado.